martedì

Esquecidos...como os bolos


Hoje foi o primeiro dia de sol em quase 15 dias.
Os dias ensolarados fazem com que este lugar pareça menos distante da urbe e, ligeiramente, menos esquecido por todos.
Este aspecto não é, necesariamente, positivo. Depende se se quer ou não esquecer, depende se se quer ou não ser esquecido.
O esquecimento pode trazer consigo, um certo tipo de paz, desde que não se faça acompanhar pela solidão.Solidão que faz do estar só algo de, ontologicamente, diverso do ser-se só.
E sozinha não estou. Apenas felizmente esquecida pela maioria.
Sempre quis estar sozinha desde que me lembro de existir.
Contigo ao meu lado, apenas desejo estar contigo sempre. Sinto-me cheia, do âmago até aos meus limites. E a beleza transborda, em moléculas redondas e multicores que podem ser vistas e cheiradas, de cada flor, de cada pedra, de cada árvore, de cada serra azulada que vejo da janela. Neste deserto frio, muito frio mas vivo e pleno de tudo o que vale a pena sentir e viver estou, e com muito prazer; com um prazer e autenticidade que não poderia sentir de outra forma.

O chá está pronto e em homenagem ao esquecimento, que venham os bolinhos.

Ana

1 commento:

  1. Ao ler o teu texto, fiquei com uma sensação familiar. Essa vontade de estar sozinha acompanha a minha vida, além de estar com ele (não o teu, o meu OM). Entregue aos meu silêncio interior, aos meus pensamentos e à NAtureza. Faz algum tempo que não me sinto asim!
    Obrigada pela recordação de algo que me é familiar e, ao mesmo tempo, distante!

    Shin Tau

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